Marrom glacê
 

Ingredientes:

  • 1 kg de castanha
  • 2 kg de açúcar
  • 1 fava de baunilha

1 Descascar
Comece a tirar a casca pela parte de baixo da castanha (posterior ao bico); cuidado para nao machucá-la

 

2 Escaldar
Em uma vasilha pequena, coloque água fervendo e jogue três ou quatro castanhas por vez, para ajudar a soltar a pele. Corn um pano de prato grosso ou toalha de cozinha, remova a pele e mantenha as castanhas em uma panela com água morna (isso evita o choque térmico, que pode fazer com que fiquem encruadas)

3 Na gaze
Envolva cada castanha em pedaços de gaze (10 cm x 10 cm) ou de tule, coma se fossem trouxinhas. Feche corn uma linha. Se as castanhas forem pequenas, embale duas juntas.

4 Cozinhar
Leve a panela com as trouxinhas ao fogo baixo, corn três dedos de água acima das castanhas, por cerca de uma hora. Prove e veja se já estão cozidas (macias, mas sem desmanchar). Se estiverem cozidas, ponha o açúcar e, quando ferver, cozinhe por mais 15 minutos. Desligue, tampe e deixe esfriar fora da geladeira. No dia seguinte, cozinhe por mais 15 minutos de manhã e á tarde. Repita o mesmo procedimento por mais dois dias (são quatro dias, no total).

5 No vidro
No quinto dia, tire as castanhas da gaze, coe a calda e guarde em vidro esterilizado (200 ml cada)

 

6 Durabilidade
0 marrom glacê em calda dura uns 15 dias na geladeira. Se quiser um tempo maior de armazenagem, é preciso esterilizar os vidros corn o marrom dentro.

Regalo para poucos e bons

Só alguém muito querido merece ganhar este marrom glacê artesanal. Fazê-lo não é difícil, mas dá trabalho e demanda tempo e paciência de monge budista. Mais de uma hora para descascar as castanhas. E o pior estava por vir. Tirar a pele é um trabalho de formiguinha. Quis aumentar a produtividade e escaldei dez de uma vez. Deveria ter obedecido a d. Laila: "Três por vez. Senão a água esfria, e a pele não solta."
As regras do bom texto que me perdoem, mas o clichê é inevitável. A pressa é, de fato, inimiga do marrom glacê. Entendi que aquela manhã não era mais minha, mas das castanhas. E só consegui tirar as peles quando a vasilhona de água quente deu lugar à vasilhinha. Tão "inha" que meu ímpeto de produtividade foi contido à força.
Um pano de prato destruído depois (use um limpinho, mas ordinário), suspiro de alívio. 0 pior havia passado (Ok, roubei um pouco, não fiz o quilo todo). Depois disso, envolver uma por uma em gaze ficou fácil. Ainda mais contando com a piedade do marido solidário e da ajudante prestativa. Dias mais tarde, o marrom glacê saiu do casulo de tecido. 0 sabor e o aroma da calda me animaram. As castanhas? Bem, o miolo delas poderia ter ficado mais macio.
Eis outro motivo para só presentear alguém querido: ele entenderá se seu marrom glacê nao ficar perfeito e apreciará seu esforço. Se agir diferente, ano que vem dê um vale-CD. J.F.

Um trabalho valioso e doce

Ele é do luxo, ela, mais do boteco. Mas o marrom glacê e as belas pimentas no pote não vão frustrar quem recebe

Quando morava em Quilmes, na Argentina, Laila Zogbi sempre comeu marrom glacê. Nunca os preparou. Não precisava, achava castanhas glaceadas em todo canto e por poucos pesos.
No Brasil, o alto custo inviabilizou o consumo. O jeito foi aprender a preparar o doce em casa. E há 20 anos começou a fazer marrom glacê para dar de presente aos amigos no Natal. Fez tanto sucesso que de agrado natalino o doce foi parar nas prateleiras de sua loja de alfajores, a Itali (tel. 3287-2840).
Todos os anos, no fim de novembro a saga se repete. E lá vai ela procurar castanhas bem brilhantes, "sinal de que são novas". E depois é "só" descascar (esqueça as embaladas a vácuo), cozinhar, embrulhar, cozinhar mais um pouco e, cinco dias depois, está pronto. D. Laila ensina a adoçar a vida dos amigos neste Natal... Só a dos bons amigos. JANAINA FIDALGO

O Estado de S. Paulo - Quinta-feira 10 de dezembro de 2009